sexta-feira, 10 de outubro de 2014

DE VOLTA AO ACONCHEGO

Voltei ao meu sossego de antes das eleições e estou escrevendo sobre as reflexões a que a eleição nos remete. Estou juntando elementos e quem sabe eu consiga fazer um livro sobre o espetáculo das eleições nesta era. O importante é estudar e entender o pensamento coletivo do povo em geral. O povo é a realidade, e o seu comportamento reflete a sua idade cultural.
O tema merece muita atenção e estudo porque o Brasil não é só o futebol, o vôlei, o basquete, as músicas, cinema ou teatro. O Brasil é a essência do seu povo, que é tido como um povo bonito, simpático e feliz, que consegue rir de sua própria dificuldade e seguir em frente.

Tenho refletido e quem sabe eu consiga registrar o momento histórico que vive a nossa civilização. Li recentemente um livro escrito em 1925 por um autor mineiro de quem não lembro o nome, uma obra intitulada "Serras Azuis" que o amigo Ormeu emprestou-me. Lá o autor conseguiu registrar o jeito desajeitado da política brasileira naquele momento. Os coronéis simplesmente juntavam os títulos de eleitores de seus empregados e votavam por eles. Elegiam sempre os seus chefes maiores que iriam garantir o poder local de indicação do delegado, dos policiais, juízes, prefeitos e assim por diante. O livro é um verdadeiro documento que registra com precisão aquela fase da história política no país. Estou pensando seriamente em fazer um retrato da nossa realidade, de forma tecnicamente isenta de paixões, sem sal e nem pimenta, mas um relato preciso da forma de se fazer política atualmente. Um dia, lá na frente talvez, quando todos nós estivermos noutro plano, as pessoas vão ler e saber como era a nossa política eleitoral no início deste século. Precisamos evoluir, mas temos que saber que democracia é assim e não há nada melhor para se pôr no lugar. Só o tempo vai dar qualidade ao voto.

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