Voltei ao meu sossego de antes
das eleições e estou escrevendo sobre as reflexões a que a eleição nos remete.
Estou juntando elementos e quem sabe eu consiga fazer um livro sobre o
espetáculo das eleições nesta era. O importante é estudar e entender o pensamento
coletivo do povo em geral. O povo é a realidade, e o seu comportamento reflete
a sua idade cultural.
O tema merece muita atenção e
estudo porque o Brasil não é só o futebol, o vôlei, o basquete, as músicas,
cinema ou teatro. O Brasil é a essência do seu povo, que é tido como um povo
bonito, simpático e feliz, que consegue rir de sua própria dificuldade e seguir
em frente.
Tenho refletido e quem sabe eu
consiga registrar o momento histórico que vive a nossa civilização. Li
recentemente um livro escrito em 1925 por um autor mineiro de quem não lembro o
nome, uma obra intitulada "Serras Azuis" que o amigo Ormeu
emprestou-me. Lá o autor conseguiu registrar o jeito desajeitado da política
brasileira naquele momento. Os coronéis simplesmente juntavam os títulos de
eleitores de seus empregados e votavam por eles. Elegiam sempre os seus chefes
maiores que iriam garantir o poder local de indicação do delegado, dos
policiais, juízes, prefeitos e assim por diante. O livro é um verdadeiro
documento que registra com precisão aquela fase da história política no país.
Estou pensando seriamente em fazer um retrato da nossa realidade, de forma
tecnicamente isenta de paixões, sem sal e nem pimenta, mas um relato preciso da
forma de se fazer política atualmente. Um dia, lá na frente talvez, quando
todos nós estivermos noutro plano, as pessoas vão ler e saber como era a nossa
política eleitoral no início deste século. Precisamos evoluir, mas temos que
saber que democracia é assim e não há nada melhor para se pôr no lugar. Só o
tempo vai dar qualidade ao voto.
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