sexta-feira, 24 de outubro de 2014

ENTRE A CRUZ E A ESPADA
Hoje foi um grande amigo que interpelou-me na rua e quis saber em quem eu voto para presidente. E já antecipou a bronca: "não me venha dizer que vai votar na Dilma!. Bravo, parecia bem bravo. Deixei que falasse e o desabafo foi longo, começando pela declaração de voto em mim para deputado estadual. Tive paciência, o que é, aliás, a minha maior virtude. Reclamou que sua empresa não vai bem, que há muito imposto e não consegue mais pagar as contas. "O Brasil tem que mudar", Dizia.
Tive vontade de falar mas não me era dada a oportunidade porque o indignado senhor não parava de reclamar. Ouvi poucas e boas. Quando achei que ele ia se despedir ele parou de falar e ficou silente como se esperasse a minha manifestação. Nessas horas, o melhor seria não falar nada porque qualquer reposta pode ser errada. Igual quando uma mãe com um nenê bem feio pergunta pra gente: "ele não é lindo?". Ela quer receber somente uma resposta e nos deixa uma única saída: "É forte. Seu nenê é forte".
Eu que sempre acho respostas, juro que desta vez fiquei confuso porque não queria aumentar o desconforto do amigo que preferia culpar o governo do Brasil pelas dificuldades que vem passando. 
De saia justa, acabei sendo obrigado dizer que voto na Dilma. Os olhos dele brilharam como se tivesse sido ofendido, mas em seguida eu o acalmei dizendo que democracia é assim, a gente respeita as diferenças e convive com os diferentes sem ódio. Pra ele, todos os problemas do Brasil são causados pelo PT, o Lula é um indigno, e assim concluía que o Aécio é a grande mudança.
Mais à frente encontrei o bilheteiro que disse que votou em mim e queira saber o meu voto no próximo domingo. Já foi adiantando: Não vá dizer que eu perdi o meu voto para deputado que te dei. Em quem vai vota? Eu respondi: Dilma. Ele deu-me um abraço tão forte emocionou-se encheu os olhos de água e disse: "Eu sabia que você não ia me trair".

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