segunda-feira, 11 de maio de 2015

VAMOS DESCOMPLICAR O BRASIL EM 2016

Certa feita, eu fiz uma análise despretensiosa sobre o possível desgaste do PT no exercício do poder central brasileiro, e vaticinei algo parecido com a situação atual da nossa realidade política. O fato é que nenhum partido resistirá no poder com essa forma de se fazer política com o tal “toma lá dê cá”.
A ideia de estado implantada no Brasil é a mais correta possível se vista do lado da simples teoria de estado, onde os três poderes, executivo, legislativo e judiciário têm funções teoricamente bem definidas, mas que na prática não são nem de longe observadas. O executivo que é exercido pelo prefeito, governador e presidente da república, tem a função de receber um montão de dinheiro de impostos e taxas, além de outras formas de contribuição, e com esses recursos construir o futuro da nação. Do outro lado, o poder legislativo que é exercido pelos vereadores, deputados e senadores, tem como funções mais importantes a fiscalização politico-administrativa do poder executivo para que não haja malversação das verbas públicas, e de fazer as leis que todos deverão respeitar. Resta ao poder judiciário garantir o respeito às leis que o poder legislativo tenha aprovado, fazendo com que os descumprimentos sejam punidos, ou com prisões nos casos de crimes e na esfera civil as reparações de prejuízos injustos, sejam eles de ordem pública como particular.
Se essas três instituições cumprissem com zelo e eficiência as suas missões o país, certamente, estaria em equilíbrio, com seus criminosos presos, corruptos fora da política e o povo estaria recebendo a restituição dos seus impostos em forma de serviços e obras de boa qualidade.
Quando todos esses agentes ocupam os seus cargos começa a tal da “convivência conivente” que fecha olhos e ouvidos diante das barbaridades que são observadas em todos os cantos do país, ao invés da convivência harmônica e respeitosa, pregada pela constituição federal, que manda que os poderes se respeitem, mas não manda que se permita a histórica impunidade que causa prejuízos incalculáveis à nação.
O PT no poder central do Brasil foi um voto de esperança dado pelo povo a uma nova possível forma de gestão. O Lula teve um desempenho que agradou a maioria do povo brasileiro, com práticas orientadas ao combate às diferenças sociais e redução da pobreza. Saiu bem avaliado depois de cumprir oito anos de mandato, e indicou a Dilma para prosseguir a obra petista. Se o Lula gozava de grande popularidade até entre classe menos ricas, a Dilma não tem conseguido apoios populares suficientes para sustentação de seu governo e o povo parece sentir-se como algum marido traído que odeia a sua própria história de vida. A presidente não consegue estar em nenhum local público sem que as vaias apareçam, e mesmo que alguns digam que essas manifestações são de autoria de ricos ou “burgueses” elas são uma realidade que incomoda e torna difícil o aparecimento público da senhora presidente.
O mais recente acontecimento foi em uma cerimônia de casamento em que a festa foi prejudicada pelo panelaço ainda que feito por cerca de trinta pessoas. O constrangimento é inevitável e se fosse em outras épocas, certamente as forças armadas estariam fazendo cessar essas formas de manifestações. A Dilma não tem conseguido tranquilidade em nenhum local que não seja o palácio de onde governa o país tal qual um urso hibernado.
O efeito de tudo isso, respinga no Lula que no último dia 1º de maio discursou para o menor número de pessoas da história recente no vale do Anhangabaú, e sentiu que a sua imagem antes festejada já sente as perdas causadas pela atuação da Dilma no governo. Na festa do trabalhador não se viu a Dilma, nem o Haddad, e nem outras figuras importantes que sempre perfilavam junto ao Lula.
A conclusão que se pode abstrair desta nebulosa situação é que o povo já não suporta a ideia de que política seja a troca de favores, que tem como objeto de negociação os recursos públicos advindos dos tributos pagos pelo povo, que ao invés de servir para construir um futuro melhor, na segurança, educação, cultura, saúde, serve para atender a politicagem inescrupulosa de deputados e vereadores ou senadores. O povo já não aceita qualquer presença de governante nas ruas ou em locais públicos e isso dá pra ver com prefeitos e vereadores que vivem escondidos do povo e só aparecem onde haja segurança abundante.
A solução desse caos nacional pode advir de possível melhoria na qualidade do voto. O povo tem que começar de zero e a oportunidade é o voto direto que nas próximas eleições vai eleger prefeitos e vereadores em todo o Brasil. Se os eleitores votarem em pessoas politicamente melhores, o futuro poderá ser promissor porque os prefeitos e vereadores serão os futuros deputados, governadores e presidentes da república. Se continuarem a vender voto, votar no mais bonito, no mais rico, no mais esperto, e em pessoas que portam graves defeitos de caráter, a história não vai mudar e a nação brasileira vai seguir sofrendo os efeitos do seu próprio voto.

A Dilma não inventou a corrupção, mas está governando um país corrupto da cabeça aos pés, e não tem forças para devolver a esperança do povo que se reduz a cada dia diante da televisão e de outras mídias que só falam em corrupção e não estão mentindo. Quem olhar sem paixões vai ver que se ela deixar o poder não há nada confiável para substituí-la, e o país poderá ingressar em algum processo de conturbação social cujo resultado final é inimaginável. Caso ocorra uma mudança extemporânea do poder, o Brasil poderá até melhorar, mas poderá ficar muito pior do que já está e, na incerteza o melhor é resolver a situação pelo voto nas próximas eleições, “antes que algum aventureiro lance mão da coroa” e tenhamos que voltar aos tempos do império. Note-se que se os políticos não são bons, ainda assim são o melhor que o nosso voto foi capaz de escolher e a responsabilidade é somente nossa e de mais ninguém. 

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