quarta-feira, 3 de junho de 2015

É QUESTÃO DE PONTO DE VISTA

A rádio Jovem Pan tem grande audiência pelo país através das inúmeras afiliadas que sem condições de produzirem programas próprios sugam a programação da Jovem mãe. A rede é poderosa e abrange a uma real infinidade de ouvintes pelo país. Em primeiro momento, cabe observar que o serviço por ela operado é serviço público de propriedade do governo federal, do ministério das comunicações, que deve ser operado em favor da unidade nacional, do bem estar do povo como um todo e a favor  da democracia. Isso quer dizer que o serviço de informação tem que ser equilibrado, sem tendências pessoais de seus operadores, nem a favor e nem contra, mas apenas informando. Tenho que ouvir a emissora por questão até de melhor sintonia nas cidades do interior e vejo com certa apreensão a ação odiosa de quase todos os seus comunicadores que de forma acintosa ofendem e afrontam as instituições do governo federal em clara promoção da apregoada queda do governo que foi eleito pelo voto direto e tem o direito de estar no poder. Comunicadores da Pan pregam incansavelmente contra a presidente da república de forma às vezes desrespeitosa. São pessoas que parecem estar a serviço de alguma força estranha que não se conforma com o governo popular legalmente constituído. Hoje pela manhã a prova mais evidente de que essa avaliação pode ter fundamento, foi a matéria jornalistica sobre a greve dos trens em São Paulo, capital, quando a jornalista Raquel Sherazade, entrevistou o secretário de transportes do governo do PSDB e ponderou que a responsabilidade da paralisação deve ser debitada na conta dos sindicatos e não do governo. O secretário disse que o governo já havia concordado em repassar a inflação de 6,65% mais 1,5% de ganho real ao salário dos trabalhadores cuja data base é março. Ora, se a data base é março porque o governo ainda não havia repassado o índice da inflação que é direito constitucional dos trabalhadores, naquele mês e não no mês de junho que já está curso? Não corrigiu os salários e depois de dois meses com a paralisação resolveu ceder no que já era de direito dos trabalhadores.
Se a greve fosse no governo da Dilma, a Jovem Pan certamente não ouviria o ministro, mas sim os representantes dos sindicatos, e deitariam o pau na administração pública federal.
O comportamento da emissora pode ser objeto de observação porque prega a rebeldia, prega a insatisfação com o governo que de fato tem graves defeitos, mas os outros governos também os têm e a emissora não se comporta da mesma forma. Ser anti PT, não é o papel de quem é autorizado a operar um serviço que deve informar e não formar opiniões que prejudicam o estado democrático. A Pan não fala do escândalo do metrô paulista que se deu no governo Mario Covas e tem até conselheiro do Tribunal de Contas a fastado pela justiça, pela primeira vez na história. Não fala das falhas da segurança pública no estado de São Paulo, não fala da subserviência da assembleia legislativa do estado que está totalmente dominada pelo governador, mas fica o dia todo malhando a Petrobrás e o Petrolão. Será que a Pan tem alguma missão oculta que a obriga a desmoralizar somente o governo Dilma?
A greve dos trens paulistanos, segundo a Pan, é irresponsabilidade dos sindicatos e não do governador Geraldo que não corrigiu os salários em março como era devido.
Quando se fala em avaliar a liberdade de imprensa vem a choradeira geral para dizer que o governo quer tapar a boca da imprensa, mas a verdade é que há emissoras de rádio e de televisão que atuam contra o a favor quando deveriam apenas informar os fatos e não abrirem os seus microfones aos comentaristas que escolhem as suas vitimas ou por dinheiro sujo ou por tendenciosidade pessoal.
Imprensa livre tem que ser séria, tratar com igualdade a todos os seguimentos e narrar com a mesma intensidade todos os fatos. Fora disso é uso abusivo de um serviço público que do mesmo jeito que foi concedido pode ser suspenso se deixar de interessar à nação como um todo. Se a emissora tem uma orientação crítica, ela deve ser igual para todas as formas de governo. Carapuças voam por ai.
A Pan está perdendo a credibilidade e isso é uma pena porque a sua seriedade e equilíbrio estão fazendo muita falta aos ouvintes de rádio, que precisam de informações responsáveis para formarem o seu próprio conceito sobre tudo. Nação séria se faz com imprensa livre e séria.

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