quarta-feira, 3 de junho de 2015

SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO

SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO

Ouvi atentamente as considerações de um farmacêutico que nas horas de folga gosta de falar sobre existencialismo, o Hailton, pessoa super bem informada que frequenta cursos de filosofia.
Falou-me sobre a consciência humana, delongou sobre as razões da vida na terra, e mostrou acreditar na vida além da terra. Na sua convicção, há um Deus que com autoridade absoluta controla o universo e determina o comportamento da humanidade.
Eu, cá do meu canto, ouvia atentamente as ponderações, sem, contudo, comungar do mesmo formato de entendimento sobre a vida humana na terra.
Ao ser questionado do porquê do meu silêncio, tive que abrir o bico e falei que acredito que haja mistérios ainda não desvendados pela ciência, e que todas as especulações sobre quem ou qual seja essa conjugação de forças que regem a vida na terra, podem ser denominadas da forma que mais convier a cada observador, sendo que alguns a chamam de Deus, simplesmente, outros de universo, e os deuses são tantos que podem confundir a humanidade em nome do predomínio que todos os fiéis acham merecer para o seu Deus. Há o Maomé, Buda, Jesus, Brahma e mais outros de menor expressão entre nós, cada um com fundamento diferente e com adeptos específicos. O fundamentalismo não pode ser objeto de guerras e agressões, porque Deus é paz.
Hailton olhava o meu depoimento e acabava por entender que pode haver inúmeras maneiras de se entender a fé ou quem sabe a falta de fé, sem que as pessoas por isso deixem de ser seres humanos apenas diferentes, mas no afinal iguais, que terão, cada um, a sua utilidade ou inutilidade no mundo.
Afirmei na minha santa forma de ver o mundo, que todas as pessoas têm uma missão a cumprir que é o dever de ajudar a humanidade a ser cada vez melhor, para que cada ser humano consiga entender melhor as dificuldades e soluções pertinentes à vida na terra. Cada homem independente do Deus em que crê ou que não crê, tem o dever de ser ético, honesto, solidário e acima de tudo generoso com os outros homens e com a natureza.
Quem se comporta dentro desses fundamentos, será salvo por todos os deuses do universo, terá vida eterna na lembrança que sobreviverá, mesmo após a morte, no senso da humanidade que evolui com as mortes e nascimentos, e depois de sua morte se perpetuará sendo lembrado como Jesus, Buda, Maomé, Brahma e todos os outros.
A essa lembrança, que se equipara à de Madre Tereza, Betinho, Chico Xavier, Chico Mendes, e tantos humanos, que não são deuses, mas estão imortalizados nas mentes vivas e na história da humanidade, pode se dar o nome de “vida eterna”.
Ser eterno no melhor sentido é ser lembrado com saudades, carinho e respeito. Esse é o céu que todos desejam frequentar depois de mortos.
Diferente disso é a lembrança do mal comportamento como o do corrupto, do ladrão, do assassino, que depois de mortos serão lembrados como os demônios que viverão como diabinhos no inferno da memória dos homens vivos.
Em resumo, o céu é a boa lembrança e o inferno as más. O Julgamento será aqui mesmo, na terra.

Nos entendemos, claro, cada um com o seu Deus, sem guerra e sem críticas, cada um respeitando a posição do outro. Os Deuses nos aplaudiram.

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