SER OU NÃO SER, EIS A
QUESTÃO
Ouvi atentamente as considerações
de um farmacêutico que nas horas de folga gosta de falar sobre existencialismo,
o Hailton, pessoa super bem informada que frequenta cursos de filosofia.
Falou-me sobre a consciência
humana, delongou sobre as razões da vida na terra, e mostrou acreditar na vida
além da terra. Na sua convicção, há um Deus que com autoridade absoluta
controla o universo e determina o comportamento da humanidade.
Eu, cá do meu canto, ouvia
atentamente as ponderações, sem, contudo, comungar do mesmo formato de
entendimento sobre a vida humana na terra.
Ao ser questionado do porquê do meu
silêncio, tive que abrir o bico e falei que acredito que haja mistérios ainda
não desvendados pela ciência, e que todas as especulações sobre quem ou qual
seja essa conjugação de forças que regem a vida na terra, podem ser denominadas
da forma que mais convier a cada observador, sendo que alguns a chamam de Deus,
simplesmente, outros de universo, e os deuses são tantos que podem confundir a
humanidade em nome do predomínio que todos os fiéis acham merecer para o seu Deus.
Há o Maomé, Buda, Jesus, Brahma e mais outros de menor expressão entre nós,
cada um com fundamento diferente e com adeptos específicos. O fundamentalismo não
pode ser objeto de guerras e agressões, porque Deus é paz.
Hailton olhava o meu depoimento e
acabava por entender que pode haver inúmeras maneiras de se entender a fé ou
quem sabe a falta de fé, sem que as pessoas por isso deixem de ser seres
humanos apenas diferentes, mas no afinal iguais, que terão, cada um, a sua
utilidade ou inutilidade no mundo.
Afirmei na minha santa forma de
ver o mundo, que todas as pessoas têm uma missão a cumprir que é o dever de
ajudar a humanidade a ser cada vez melhor, para que cada ser humano consiga
entender melhor as dificuldades e soluções pertinentes à vida na terra. Cada
homem independente do Deus em que crê ou que não crê, tem o dever de ser ético,
honesto, solidário e acima de tudo generoso com os outros homens e com a
natureza.
Quem se comporta dentro desses
fundamentos, será salvo por todos os deuses do universo, terá vida eterna na
lembrança que sobreviverá, mesmo após a morte, no senso da humanidade que
evolui com as mortes e nascimentos, e depois de sua morte se perpetuará sendo
lembrado como Jesus, Buda, Maomé, Brahma e todos os outros.
A essa lembrança, que se equipara
à de Madre Tereza, Betinho, Chico Xavier, Chico Mendes, e tantos humanos, que
não são deuses, mas estão imortalizados nas mentes vivas e na história da
humanidade, pode se dar o nome de “vida eterna”.
Ser eterno no melhor sentido é
ser lembrado com saudades, carinho e respeito. Esse é o céu que todos desejam
frequentar depois de mortos.
Diferente disso é a lembrança do
mal comportamento como o do corrupto, do ladrão, do assassino, que depois de
mortos serão lembrados como os demônios que viverão como diabinhos no inferno da
memória dos homens vivos.
Em resumo, o céu é a boa
lembrança e o inferno as más. O Julgamento será aqui mesmo, na terra.
Nos entendemos, claro, cada um
com o seu Deus, sem guerra e sem críticas, cada um respeitando a posição do
outro. Os Deuses nos aplaudiram.
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