terça-feira, 15 de setembro de 2015

PROFANARAM O SEIO MATERNO

Antigamente, quando alguém se referia ao verbo mamar estava falando  unicamente de algum bebê faminto socorrido pelas tetas da mamãe que jorrava alimento saudável. Mamar era literalmente nutrir-se da proteção natural contra os males do mundo, já que o leite contém além dos nutrientes naturais, as defesas imunológicas de que necessitam os filhos recém-nascidos. Amamentar era e sempre será ato da mais pura nobreza.
Com o passar dos tempos, os homens descobrem novas utilidades para as tetas femininas, que passam a exercer papel importante no poder de sedução da mulher e vão estimular as fantasias sexuais.  Um simples toque, um carinho, uma discreta “mamadinha”, e pronto, os seios foram descobertos como instrumento de materialização do erotismo. Até aí, nada de tão grave porque os seios que amamentavam os filhos, agora serviam para turbinar os casamentos e dar um “grau” à relação, o que não deixa de ser também nobre.
Mais adiante o pior aconteceu, quando os corruptos passam a denominar de tetas os cofres públicos e chamam de “mamar” os assaltos praticados pelos malandros que frequentam o poder e passam a intitular de “mamar nas tetas” os atos de desvios de recursos públicos ou a ocupação de cargos públicos por incompetentes amigos e parentes de políticos safados e desonestos.

Uma verdadeira profanação a uma prática tão sublime a da mãe que inocentemente alimenta um filho, ato que em nada se assemelha às roubalheiras dos políticos, mas apenas a alimentação de um filho da mãe e não de um filho da outra como disse o Chico Buarque na música Cálice. Quem assalta os cofres públicos, não pode ser considerado um filho da mãe, mas um filho da outra que não pensa no mal que causa a tantas pessoas que sofrem com a má qualidade dos serviços públicos. Se você que acaba de ler já recebeu alguma forma de benefício do tipo propina, você pode se considerar um filho da outra.

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